quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Promessa

Meus pés fincaram-se no primeiro degrau, meu sorriso se fechou, minha mente já não trabalhava mais. "O que eu fiz de errado?" - pensei. Aquele olhar passou por mim mostrando desinteresse, em frações de segundo enquanto minha respiração travava, pude perceber a expressão de seu rosto ao me ver. Não era nada agradável.
Senti uma mão tocar meu ombro, algo sendo balbuciado, mas nada que eu pudesse entender no momento, respirei fundo tentando encontrar oxigênio e despreguei meus pés do chão.
Já haviam alguns amigos em uma mesa emendada que (in)felizmente ficava próxima à dela.
Sentei-me de frente àquela garota mas não podia ve-la com clareza, estava de perfil, também mal podia ouvir sua voz por conta do barulho que se fazia dentro do bar.
Eu precisava falar com ela, precisava alcalma-la, dizer que estava tudo bem, que precisava dela mais do que qualquer coisa. Minhas mãos não soltavam da borda da mesa, numa vontade incessante de me levar e ir até ela. Tentei me inturmar, entrar no assunto que estava rolando, mas não, eu não estava presente naquilo tudo, não conseguia desviar meu olhar daquela mesa. O tempo foi passado, tomei alguns copos de cerveja que estavam servindo, tentei ocupar minha cabeça jogando conversa fora.
Foi quando de relance observei que a cadeira dela estava vazia. Levei um susto e meu coração disparou rapidamente, meus olhos focavam todo o ambiente à procura dela. Vi quando ja estava na porta do banheiro do bar. Sem pensar muito me levantei e avisei à minha amiga que ja voltava. Minhas mãos estavam fechadas em punho por conta do nervosismo que aquela situação estava me trazendo, respirei fundo algumas vezes, mas não sentia o ar passando por meus pulmões, apenas o batimento cardíaco percorrendo cada veia que pulsava naquele instante. Empurrei a porta do banheiro e a vi se olhando no espelho. Ali pude observa-la mais precisamente. Vestido rosa como de costume, sandália prata, algumas pulseiras no braço, unhas bem feitas, o cabelo solto e bem arrumado, a maquiagem precisa e retocada à alguns segundos atrás. A porta se bateu atrás de mim, o que chamou sua atenção. Nos olhamos sem fazer nenhum movimento, seus lábios se desgrudaram um do outro. Eu molhei os meus e trinquei os dentes enquanto caçava dentro de mim algum fio de voz que pudesse expressar. Mas ela foi mais rápida
- Oi.
- Oi... Eu.. Eu ia te cumprimentar mas você estava conversando com alguns amigos, não quis atrapalhar.
- Não tem problemas, também não quis atrapalhar você. Está tudo bem?
- Sim, eu acho que sim. E você?
- Ahan. Bom, já vou indo.
Não! Eu não podia deixa-la ir assim. E o que passamos, não fora nada para ela? E por que essa indiferença toda?
Antes que pudesse passar por mim e tocar a maçaneta, segurei em seu braço. Não deixava um minuto sequer de olhar em seus olhos e isso deve te-la constrangido um pouco. Estávamos próximas, até demais eu diria. A pouca respiração que tínhamos naquele momentos se misturou, o que me fez ofegar um pouco. Seus olhos se desviaram para minha boca e eu emplorei em silêncio para que o beijo que eu tanto esperava acontecesse. Após fitar seus lábios, fechei os olhos devagar, senti a umidade e a temperatura de sua boca com toques delicados, seu hálito quente me estremeceu. Minha mão se afroxou de seu braço.
Um baralho agudo se transformou em uma batida leve de porta na parede. Havia mais alguém dentro daquele banheiro. O som dos passos de salto agulha a assustou, soltou seu braço com falicidade da minha mão e se dirigiu até a porta.
- Conversamos depois... Eu prometo.

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