terça-feira, 5 de abril de 2011

Piano de lembrança


Eu tocava cada tecla daquele piano e podia sentir tudo em minha volta desaparecer e o rosto dela se fixar bem à minha frente. As pontas dos meus dedos iam varrendo a poeira do tempo e elas se escondiam pelos vãos. Ela também se escondia, era melodia solta, cabelos longos e claros, era clava de sol, era solista em meu show.
Soava como lullaby, e nas noites mais escuras era melodia, minha 9ª e particular sinfonia.
Fechei o piano e reguei a rosa vermelha posta em sua parte superior. Vermelha como seu vestido, seu timbre, seu tom. Vermelho também foi seu batom. E eu fui seu amor, tanto quanto seu cantor. Posso ainda ouvir seu coração batendo no mesmo ritmo da canção, aquela do primeiro beijo.

Um comentário:

  1. Quando a gnte faz uma coisa que gosta a gente se liberta e fica seguro de si.

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