sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

And you killed it with "I love you".

As gotas de chuva ecoavam pelo quarto, invadindo meu ouvido, ora rápido, ora lentamente, como uma música. As mãos frias e pesadas que senti por toda noite agora descansavam jogadas ao meu lado na cama, assim como o resto do corpo, coberto por lençóis brancos.
Meu cigarro ia queimando devagar, e a fumaça nos encobrindo aos poucos. Meus olhos centrados na parede, imóveis, pensando em todas as coisas que vinham acontecendo nessa minha vida tão turbulenta e bizarra.
Tem sido a mesma coisa há dias e eu nada faço para modificar a situação, até que então tive de escutar as mesmas palavras sendo proferidas por este alguém adormecido, na noite passada.
Seu corpo colado ao meu, sentindo cada pulsação, sua boca de lábios espessos percorrendo meu pescoço sussurrando em voz grave e rouca um "eu te amo" abafado. Pus minhas mãos em seu peito nu como barreira para aquele momento. Ele me olhou nos olhos e repetiu a mesma frase e esta prendeu-se em meu pensamento, travando todas as minhas ações. Voltei a ter seu hálito quente novamente em meu corpo, mas passei a me sentir fria, como um robô programado para fingir prazer.
Pestanejei sentindo como se as gotas de chuva agora caissem de meus olhos. Apaguei o cigarro e vesti minhas roupas amarrotadas, puxei minha bolsa da poltrona marrom e vasculhei meu celular até encontrar a foto dela. E a dor de engolir um outro choro a seco, voltou.
Não, ele não deveria ter dito aquilo. Mas.. De fato, ele não é o errado desta história. Mas acabou de assinar a sentença de morte de nossa convivência casual.

Não foi uma pena, nem de longe.

Foto postada por Fotografias Blindman's Buff e editada por mim ( Priscila c. )

2 comentários:

  1. haha, adorei esse texto.
    to meio cansado de ler sobre amor de contos de fadas sabe. gosto de ver a verdade que acontece. e tá aqui uma

    bjs

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