sábado, 17 de maio de 2014

Feel

Não dá medo pensar no futuro? Pensar que, por sorte, haverá futuro. Fazer planos que você almeja por em prática, listar os prazeres que quer ter, as paisagens que quer fotografar, o beijo que quer carregar no dia a dia. Não dá um medo danado sonhar? É como abrir os braços e saltar de um prédio na esperança de criar asas no meio do caminho. Quantos livros quer ler, e as histórias que pretende contar, os discos que ainda não ouviu e o almoço que ainda não provou. As aulas de piano que espera começar, e as de violino que vão chegar. Cartas, sim. Cartas que precisa escrever para cada pessoa importante nessa vida. Ah, as pessoas, e aquelas que ainda não conheceu? Tantos amigos pra encontrar, vidas inteiras dentro de uma só. Mas quanto tempo dura uma vida? Talvez um dia ou dois, talvez 80 anos, talvez ela se mostre tão maravilhosamente bela que nem mesmo a morte a jogará no esquecimento, independe do tempo. E ninguém quer ser esquecido de fato. Deixar o nome na história, uma árvore marcada, uma carteira de escola rabiscada, um cimento molhado que cravou a sola do sapato, uma declaração de amor no muro da esquina. Qualquer coisa que se vista com outros olhos, passa a ser chamada "Arte." E se as preocupações parassem em nós mesmos, se a vontade de permanecer respirando fosse egoísta, mas tem sempre alguém, vários "alguéns" que sem eles já não faz mais tanto sentido "Artear" por aí. Tem sempre um desespero por felicidade, por riso, uma busca incessável por sentir. Você consegue sentir? O sol, o vento, o marasmo, a raiva, a angústia, a dor, a paz, a água, a fome, o desejo, o carinho, o amor. Mas sinta-os com cada veia que costura seu corpo, mostre a você mesmo o sentimento mais inexplicável, confuso e estonteante de todos. O inspire, se inspire, fundo, bem fundo, mais fundo, expire, solte, se solte. Solte! E por fim você o reconhece e o chama de: 
Estar vivo.


[ Meu novo blog: http://sessaodas8.blogspot.com ]

Nenhum comentário:

Postar um comentário