quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vento, ventania.

Finalmente o frio chegou por aqui. O vidro da minha janela fechada fica úmido, posso até escrever meu nome nele. Retirei as cobertas do armário, deito e me aqueço com elas enquanto ouço música ou vejo um bom seriado no computador, esperando o sono chegar e me derrubar. Lá fora, o vento assovia, bate nos galhos das árvores e as folhas balaçam constantemente, muitas caem e meu quintal fica cheio delas, verdes, amareladas, roxas. Uma brisa úmida adentra meu quarto e sinto um arrepido gélido que me faz sorrir, é uma sensação gostosa, aperto a borda do meu edredon e me cubro até os ombros. Quando a música paras, escuto passos logo abaixo minha janela, fazendo barulho de folhas secas se quebrando, é apenas a gatinha que vem aqui de vez enquando, toda carente de olhos verdes esbugalhados. O vento começa a soprar mais e mais forte até fazer minha porta se abrir. Ouço alguns pingos de chuva começarem a cair em meio a ventania, é como se um furacão estivesse nascendo. É bom ficar aqui, quietinha, observando os barulhos que a natureza faz, pelo menos eu sei que se um furacão se formar, será lá fora e não dentro de mim, dentro das minhas emoções, para embaralha-las novamente,desmorona-las, me deixar confusa, perdida, sufocada.. Mas.. Pensando bem, não há nada hoje em dia tão fraco dentro de mim que se possa desmoronar. Não há nada dentro de mim.

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