terça-feira, 9 de agosto de 2011

Disappear


As gotas de orvalho iam caindo lentamente, como quem não tem pressa de acordar, o Sol vinha logo alí, se esquivando das montanhas, tão lento quanto o resto da natureza. O vento era úmido e passava raspando pelas pontas das gramas, maleando as folhas das árvores como um sussurro de bom dia. Dylan sentiu seu braço formigar, o que o tirou do sonho mais profundo que já tivera, deu leves piscadas e logo os raios fracos da manhã invadiram seus olhos, ele se sentou, encostando na árvore troncosa logo atrás dele. Coçou a cabeça pensativo, tentando assimilar as coisas dentro de sua cabeça. O cabelo estava oleoso, isso lhe sentir um pouco mal.
Nada se acertava corretamente quando Dylan começava a encaixar as peças no seu quebra-cabeças mental. A briga com a namorada, o acidente do pai, o traição da mãe, as drogas, o lugar onde estava, a saudade de sua cama, o vazio que sentia.

Dylan era só mais um garoto da minoria de garotos que têm sentimentos a flor da pele, e não aguentou a pressão de uma vida tão cheia de descasos e desinteresses pessoais. Ele fugiu antes que a bomba das consequências dos atos dos outros explodisse bem no meio da sua cara. E começar do zero era tudo que ele queria - e não podia - não naquele momento. Encarar de frente tudo e todos era então, o primeiro dos problemas

Um comentário:

  1. muitas vezes não somos nos, mas outros que acabam por complicar nossas vidas e fugir parece mesmo a solução, mas quem foge uma, foge mais vezes...
    Gostei da sua escrita, seguindo :D

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