sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Limpando o armário

Um dia me disseram. Dizem por aí. Já ouvi falar. Fiquei sabendo. Me contararam. Alguém me disse... E quanto ao que o nossos sentimentos vivem tentando nos dizer todos os dias? Não conta? Mesmo que esteja aparentemente errado, mesmo que pareça a maior loucura do mundo e que a grande massa da população vai julgar como insanidade. Será que não vale a pena seguir os próprios instintos e investir naquilo que achamos que fará bem a nós, e não no que dizem que fará? Já que dizem que a vida é uma só, viva do seu jeito, e jogue os medos no porta malas.


Ela sorriu. E foi o bastante para que eu quisesse conhecer todas suas outras expressões.
Ficamos algumas horas conversando e eu descobri seu nome, idade, signo e preferencias musicais. Cantamos uma música juntas, daquelas velhas que o mundo eternizou.
Um olhar foi trocado, vários depois do primeiro, e muitos tímidos e cheios de curiosidade.


Você foi paradoxalmente a pior e a melhor pessoa que já passou pela minha vida. A única com a capacidade de me por ao extremo da tristeza e ao ápice da felicidade. Eu acreditei fielmente em você, dei tudo de mim para te fazer feliz e sentir tudo isso retribuido em suas palavras de carinho. Contava os minutos para que eu pudesse passar horas ouvindo tua voz e passando suas fotos, admirada. Fotos essas que nem eram suas de fato, as fotos que você roubou de um outro alguém e se passou por tal. Eu desejava a boca de uma desconhecida, sonhada com os toques e o corpo de uma outra mulher que eu acreditava ser você. Assimilei sua voz a imagem que me passara, e era tão real. Bom demais para ser verdade. Que ironia não? Três anos vivendo um amor construido acima de uma mentira, uma omissão banal que faria estrago, de uma forma ou de outra.

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