segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fuga

Sete garrafas de champagne espalhadas pela casa. Minhas roupas penduradas nos puxadores das gavetas, no ventilador, na janela. Dois cinzeiros cheios sobre revistas abertas na mesinha de centro e os maços amassados logo abaixo, no tapete vermelho sangue. Cama por fazer há um certo tempo, não lembro muito bem quantos dias se passaram com meus lençóis amassados e meus travesseiros amontoados no centro da cama, encostados na cabeceira. O rádio ligado tocando uma música que já não consigo acompanhar a letra, a televisão ligada sem som, no canal de vendas. O telefone fora do gancho, o celular no modo silencioso e meu corpo deitado no chão, meus olhos nas estrelas e meu pensamento... Bom, ele esta onde sempre esteve desde alguns anos atrás. Mas o que o prende, não está tão perto quanto a garrafa, mas também nem tão longe quanto as estrelas. Só está por aí, procurando por minha alma que também se perdeu depois que deixou de ouvir sua voz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário