Sete garrafas de champagne espalhadas pela casa. Minhas roupas penduradas nos puxadores das gavetas, no ventilador, na janela. Dois cinzeiros cheios sobre revistas abertas na mesinha de centro e os maços amassados logo abaixo, no tapete vermelho sangue. Cama por fazer há um certo tempo, não lembro muito bem quantos dias se passaram com meus lençóis amassados e meus travesseiros amontoados no centro da cama, encostados na cabeceira. O rádio ligado tocando uma música que já não consigo acompanhar a letra, a televisão ligada sem som, no canal de vendas. O telefone fora do gancho, o celular no modo silencioso e meu corpo deitado no chão, meus olhos nas estrelas e meu pensamento... Bom, ele esta onde sempre esteve desde alguns anos atrás. Mas o que o prende, não está tão perto quanto a garrafa, mas também nem tão longe quanto as estrelas. Só está por aí, procurando por minha alma que também se perdeu depois que deixou de ouvir sua voz.
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