quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pray

Ah se eu pudesse respirar por ela. E tirar toda essa dor e rasga-lhe o peito. Se eu pudesse ter a cura para todas as suas enfermidades, e não deixar que mal nenhum lhe atacasse os órgãos. Se eu fosse capaz de faze-la parar de tossir incansavelmente e supri-la de toda vitamina que lhe é escassa.
Queria ser seu remédio mais forte, com as substâncias mais curativas, e que pudesse ser usado em qualquer defasagem na saúde. Mas como não tenho todo esse poder, confortaria-me permanecer ao seu lado. Fazer compressas de água quente, levar inúmeros copos d'água e coisinhas nutritivas para que ela tentasse comer e melhorar aos poucos. Lhe dar remédios prescritos pelo médico, e todo o afeito que detro de mim se guarda.
Nem isso.
Nem ser apenas sua enfermeira particular posso eu. Nem tão pouco uma visita de clichê. E isto me fere tanto quanto a dor que ela sente ao adoecer. Então me ponho prostada, de mãos unidas e apertadas, os olhos cerrados como se tentassem enxergá-la por algum vão de meu pensamento. E peço aos sussurros para que Deus a proteja e não a deixe de cama, que traga de volta suas alegrias e risadas calorosas, como de costume.
Eu rezo. É o que me resta fazer. E tento me confortar com uma canção ou outra, trazendo no peito a certeza de um novo amanhã, e um pequeno encômodo, devido à nossa ligação, algo que apenas nós entendemos.
Eu choro baixinho, pra ninguém escutar. Por apenas poder rezar. Rezar para que minhas preces substituam meus cuidados não dados por falta de proximidade. Eu choro baixinho, por excesso de amor e carinho.

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