quinta-feira, 1 de julho de 2010

Um band-aid no coração, um sorriso nos lábios - e tudo bem!

Me coloquei de pé quando senti minhas mãos baterem ao chão. Ele era frio, mas um lugar bem confortável para quem sofria de dor interna. Enchi o pulmão, relaxei os ombros e alinhei o queixo, como se não quisesse olhar para onde quase me deixei ficar. Travei minhas lágrimas, que fizeram um caminho tortuoso dentro de mim, senti minha garganta coçar e pigarreei.
Um filme retrospectivo surrou minha cabeça, tive que permanecer alguns segundos de olhos fechados. E quando os abri, a fita que acabara de ser rebubinada, já estava em sua caixa, em uma das estantes que meu subconsciente comporta. E, olhando para mim, naquele estado de fragilidade, pensando em cada palavra proferida durante os últimos dias, jurei que as olheiras iriam sumir e minha ferida iria parar de sangrar. Mas não de existir. A cicatriz permanecerá, e eu a terei como prova de que nada foi um sonho, é a prova mais vívida de que a realidade estava comigo durante esses longos e rápidos onze meses.
E como toda boa cicatriz, esta também tem sua história, e como toda boa história, se é contada por mais de uma vez. E a segunda vez, eu sinto, está por vir. E talvez possa eu, pegar o livro novamente, anexar mais algumas folhas, empunhar minha velha caneta e continuar a escrever, até chegar ao seu tão sonhado felizes para sempre.
Só há uma única coisa de diferente na minha história das demais: Não sou eu que vasculho atrás de meu livro. Agora, é o livro que deve se abrir diante de mim.

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