Não

Dormi mal, acordei pior ainda. Parece que minhas emoções, mágoas, necessidades e angústias resolveram me perturbar todas ao mesmo tempo. Me sinto péssima. Sozinha. Um estorvo. Típico daqueles dias em que você acorda de costas pro mundo, dá uma topada na quina da cama e responde o "Bom dia" de alguém com um ríspido "só se for pra você."

Não é tpm, não é depressão. Mas é estressante e dói.

Tenho compromissos inadiáveis amanhã e uma vontade imensa de mandar tudo pro inferno. Escola, trabalho, pessoas, afazeres. Que tal se jogar na cama, ligar a TV, chorar bastante e comer meio quilo de chocolate? Se fosse possível, seria esta minha primeira opção para as 24 horas de amanhã.

Minhas amigas tentam me ajudar, me dão conselhos e tentam me fazer rir - em vão.

Quem eu mais preciso agora está ocupada demais batendo altos papos com os colegas, porque não os considero amigos dela. Mas quem sou para dizer alguma coisa. Namorada. É. Esse cargo deve me dar moral para dizer alguma coisa, mas não quero brigas. Eu sempre pareço estar fragilizada e não com raiva. "Minha raiva é concentrada por meus dutos lacrimais."

Não. Eu não estou bem, eu não estou com fome, eu não estou com frio, eu não quero sorrir, eu não quero sair, eu não quero sentir, eu não quero falar, eu não quero lembrar, eu não quero me ferir, eu não quero. Mas preciso.