quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Broken Things

Eu precisava estar ali, naquele momento. Sentia cada pingo de chuva se rastejar por minha roupa, e alguns deslizarem em meu cabelo, e aos poucos isso se intensificava. Minhas pernas estarrecidas mal se prendiam ao chão. Fechei os olhos enquando um suspiro longo encheu meu pulmão que esvaziou com a mesma baixa velocidade. Algo em mim quebrou. Algo se chocava dentro de mim.
Eu não queria estar ali, se pudesse corria como um Porsche pra perto dela. Telefonemas não atendia, mensagens não respondia, nada me prendia a ela naquele momento a não ser meu pensamento. Eu tentava procurar algum poder sub humano que me fizesse seguir cada passo dela. Mas como de costume, nada encontrei. Minha mente involuntariamente tentava desenhar algumas suposoções, mas nada que me deixasse melhor.
Enxuguei meus olhos que já não sabia se estavam molhados pela chuva ou por minhas lágrimas. O que isso importava? Observei minhas mãos enxarcadas, cada linha traçada por elas, desejei que a mão dela pousasse naquele momento sobre a minha. Ouvi passos espalhando água por algumas poças no chão agredido com o tempo. Não era quem eu queria que fosse, mas era alguém. Alguém que podia me abraçar, que podia me dizer palavras que me fizessem bem. Era alguém que queria cuidar de mim. Talvez eu quisesse deixar, talvez fosse bom ter alguém perto de mim que me acolhesse como ela poderia estar acolhendo agora.
Eu não queria estar ali mas precisava, porque o calor umido do meu corpo fazia bem àquela pessoa, mesmo esse bem não sendo totalmente recíproco. Eu estava dando uma pontinha do sabor do que era o amor para alguém. Isso devia valer para alguma coisa.
Meu frio estava se esgotando graças ao corpo de uma pessoa que gostava de mim, mas nada seria tão bom quanto o calor dela, nada supera, mesmo sem eu nunca ter provado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário