quinta-feira, 29 de abril de 2010

Apologize

Me desculpe por ter sido assim. Por ter te magoado tantas vezes. Não ter te atendido o celular de madrugada, não ter te ouvido quando você tentava dizer, não ter corrido quando apertava a campainha na sua necessidade de me ver.
Me perdoe por não atingir nossos objetivos, por deixar passar as oportunidades, por não enxergar as portas abertas e deixar que o vento as fechasse. Desculpe por desabafar com meus amigos e nunca com você, por sair muitas vezes sem deixar um bilhete de bom dia ou o café pronto a mesa e meu perfume em seu travesseiro.
Espero que também possa perdoar, as vezes que não respondi ao seu eu te amo, os momentos de distração em que não percebi sua vontade de mim, aos dias em qu
e fugia e tentava ficar sozinha quando você mais precisava de companhia. Desejo que um dia você possa sorrir novamente para mim e dizer olá se rancor.
Por tudo o que fiz, você chorou diante de mim. Nunca havia visto tantas lágrimas escorrerem de dois olhos tão carentes. Seus braços se enrroscaram em volta de meu corpo em tentativa de não me deixar em embora. Era humilhante e triste ver você se ajoelhando aos meus pés, escondendo o rosto entre as mãos úmidas.
Eu assisti a tudo, me afastei em passos curtos e vagarosos até sair pela porta de entrada de sua casa. Não foi covardia... Mas é que você merecia mesmo
.
Apesar de meu não arrependimento e por eu não me sentir culpada, desculpe-me por tudo, mais uma vez.
E aí vai uma dica: Não subestime a maldade de uma mulher, nem mesmo sua inteligencia. Elas costumam agir juntas e a deixar marcas. Muitas marcas.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quem me dera

ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe. Acreditar, que o mundo é perfeito, que todas as crianças são felizes. (...) Quem me dera ao menos uma vez, como a mais bela tribo dos mais belos índios não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho, entenda. Achei que podia trazer você de volta pra mim, quando descobri que é sempre só você que me entende do início ao fim. Que é só você que tem a cura do meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente. Tentei chorar e não consegui.
Legião Urbana

She's not broken. She's just a baby.

Ajustei o vestido, regulei o colar, verifiquei os anéis e se ainda haviam brincos intactos em minhas orelhas. Joguei o cabelo, abaixei os fios rebeldes, calcei minhas sandalhas e andei calmamente até o banheiro. Minhas mãos transpiravam gelo no mármore da pia mas meu sangue pulsava caloroso nas veias. Ergui meu rosto até alcançar meus olhos refletidos no espelho. A gota salgada escorreu e se esparramou, respingando seus vestígios em meu polegar esquerdo. Repuxei o máximo de oxigênio duas vezes e espirei de forma que meus pulmões reclamaram.
Sem desviar a atenção do vidro, busquei por minha bolsa no cabide próximo a porta, o mesmo caiu quando a puxei. Não me importei, nem com o estrondo, nem com a bagunça. Molhei minhas mãos na água corrente da torneira e passei por meu rosto já úmido. Enxuguei-o, toalha branca que após meu ato se tornou um pano borrado de beje claro, escarlate e grafite. Minha esponja de pó compacto percorreu minhas olheiras decorrentes da noite passada com reforço e o restante de meu rosto de leve. O toque da ponta do lápis deliniador provocou ardencia em meus olhos. Cobri minha boca rosada e ressecada de um batom vermelho vivo, amassei os lábios um sobre o outro e deslizei a língua por eles. Tinha gosto de baunilha. Não era doce. Guardei meus pertences e passei as alças de minha bolsa preta envernizada por meus braços, com muito cuidado para não deixar de me olhar. Esbocei um sorriso. Fechei-o. Arqueei a sobrancelha direita, desafiando a mim mesma. Desafiando minha alma por trás da íris escura que se fitava. Ordenei que minhas costas se firmassem em uma postura correta, alinhei meu queixo.
Em um piscar, observei o quarto através da porta aberta, atravessei-a. Marquei o contorno d
e minha boca, então avermelhada, no rosto do rapaz desacordado na cama coberto apenas por um lençol de seda cor de sangue. Eu sangrava também, hemoglobinas invisíveis a qualquer olho, até mesmo ao meu. Passeei meus dedos pela estante de fotos, segurei o porta retrato dourado com detalhes em forma de coração. Tomei todo o cuidado para colocá-lo de costas sobre a madeira, abri e retirei a foto que estava lá dentro. Rasguei a parte feminina - uma morena de aparência jovem ,bonita e de nenhum traço em comum comigo - fechei com esta parte virada para trás. Observei por alguns segundos a fotografia. Me senti enauseada, cuspi. Sem olhar, joguei com toda a força que pude reunir, aquele enfeitezinho de quinta sobre chão ao mesmo tempo em que abri a porta. Usei a mesma força para fecha-la. Além do "tok tok" persistente que vinham de meus pés e o barulho interminável da rua a paredes e degraus de distancia, ouvi um sussurrar confuso e angustiado de meu nome.
Não. Não chame por meu nome. Não mais.
Sorri novamente, mas desta vez sem o desmanchar. Percebi o sangramento e preparei minha própria sutura. Era o começo de meu concerto, da mundança de conceito, com ou sem isso ser aceito. Eu seria aceita por outro, por outros, por outra, por alguém. Por cem, por mil, por mim, por um fio escapei do passado que já não era meu. E nada de fim.

domingo, 25 de abril de 2010

Beba o último gole. Sinta o vinho quente tomar conta de sua garganta e deixar gosto de uva em sua boca. Vire-se em um único e lento movimento para mim, agarre meus olhos com os teus, impeça-os de fugir. Solte a taça vazia no tapete ao chão, suba suas mãos em mim, propague os arrepios. Arremate meus lábios, tome-os para si, reinvente o beijo, o toque, o cheiro. Descubra meus vacilos, aproveite-se deles. Refaça ao menos duas vezes cada encontro de sua boca com a textura de minha pele. Me amoleça, me administre, me ligue ao 220, dê-me um curtocircuito, apague.
Junte seu corpo ao meu e diga que me precisa, que não sei vai, e vai me amar e vai se dar à mim como nunca fez na vida.
Acenda.
Se prenda. Aprenda.
Sou sua presa, sua caça, seu laço, seu amasso, sua dor, seu único amor.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Selinho



Meu primeiro *-* Devo agrader a Mônica de http://pisaremovos.blogspot.com/



Regras:


1. Por que você acha que mereceu esse selinho?
Acho que eu escrevo sempre com verdade, com vontade e espero que todos que leiam indentifiquem de uma forma ou outra com aquilo que escrevo, espero que esteje dando certo.


2. Na sua opinião, qual post de seu blog é mais merecedor de um prêmio?
O texto abaixo teve bons comentários, e foi um dos que eu mais gostei também. É bem pequenininho, mas tenho certeza que é de boa qualidade.
http://inconstantbutterfly.blogspot.com/2010/03/o-amor.html


3. Do blog que te indicou, o que mais te agrada? Ele merecia o blog de ouro?
Tudo nele me agrada, os textos são lindos. É simples e de boa qualidade, merece com certeza esse selinho *-*


4. Passando para:
Grafite
I gotta a feliing
Pateticamente Incorreta
Pieces of two minds

quarta-feira, 21 de abril de 2010

The best of you


Silêncio é sua resposta, retraída em pensamentos que ela não compartilha. Pelo menos, não comigo - que deveria ser a primeira pessoa a conhece-los. Interrogações ocultas me confundem, meias frases mal formuladas me aguçam uma curiosidade ruim e uma incotrolável mágoa que não sei explicar muito bem. É tudo uma grande incógnita, logo para mim, que sempre soube expor meus sentimentos e minhas afeições. Logo para mim, que a amo tanto, que me preocupo ao extremo e faço de tudo por seu bem estar. Ela não aparenta, mas sei que dá valor a isso. Ela diz, mas eu sempre ouço baixo. Ela liga, mas eu sempre a chamo antes. Eu amo, e acho que o resto da humanidade tem que amar assim também. Talvez a errada seja eu.
Talvez seje mesmo, por esperar muito das pessoas, esperar que elas se importem pelas coisas simples tanto quanto eu me importo. E nunca é assim. Nem vai ser. A falta de interesse vai sempre prevalecer. Não se entregam tanto para o amor como antes, não se buscam afundo como os poucos fazem. Alguém está tirando o melhor de você? Não permita.

Quanta mudança

alcança o nosso ser, posso ser assim daqui a pouco não. Quanta mudança alcança o nosso ser posso ser assim daqui a pouco. Se agregar não é segregar. Se agora for, foi-se a hora. Dispensar não é não pensar, se saciou foi-se em bora. Se lembrar não é celebrar. Dura é a dor quando aflora. Esquecer não é perdoar, se consagrou sangra agora. Tempo de dá colo, tempo de decolar. O que há é o que é e o que será. Reciclar a palavra, o telhado e o porão. Reinventar tantas outras notas musicais. Escrever o pretexto, o prefácio e o refrão. Ser essência... muito mais... A porta aberta, o porto acaso, o caos, o cais. Se lembrar de celebrar muito mais...
Tá certo que o nosso mal jeito foi vital pra dispensar o nosso bom, o nosso som pausou e por tanta exposiçao a disposiçao cansou, secou da fonte da paciencia. E nossa excelencia ficou la fora
Soluçao é a solidão de nós. Deixa eu me livrar das minhas marcas, deixa eu me lembrar de criar asas, deixa que esse verão eu faço só, deixa que esse verão eu faço só, deixa que nesse verão eu faço sol
Só me resta agora acreditar que esse encontro que se deu não nos traduziu o melhor a conta da saudade quem é que paga, já que estamos brigados de nada, já que estamos fincados em dor
Lembra o que valeu a pena foi nossa cena nao ter pressa pra passar, lembra o que valeu a pena foi nossa cena nao ter pressa pra passar
Cabô.
Reticencias - O teatro mágico.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

1997


Aí então ela virou para o meu lado e disse: "Oi, qual seu nome?". E eu, retraída em minha vergonha, olhei-a lentamente. "Priscila, e o seu?" "Carolina... Quer chiclete?" Nos identificamos em nossos sorrisos de dentes de leite, faltando um ou dois, e começamos a mascar e a pintar a folha impressa em uma folha, que por troca de significados me confundiu, e eu acabei por fazer a atividade de forma errada.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Felinos


Adoráveis. Mas não são todos que acham isso. Esses animaizinhos são taxados de aproveitadores, maléficos e mal agradecidos. Por suas unhas afiadas e muitas vezes por seus olhos ameaçadores, despistam a simpatia humana. A maioria se apega ao melhor amigo do homem e deixam passar por despercebido qualquer bolinha de pelos andante. Mas quer saber, para mim gatos são semelhantes a nós. Talvez seja esse o motivo do desapego pelos bichanos. Eles se irritam facilmente, não gostam de fazer nada durante o dia todo a não ser comer e dormir, pedem por carinho sutilmente, mas atacam quando o mel é em exagero. Não podem ver algo diferente que logo se interessam em saber o que é, para que serve, como se usa e como se destrói. São bobos de vez em outra, gostam de brincar, mas tem que ser do jeito deles, caso contrário você vai acabar se machucando. Não dispensam um aperitivozinho e se a cama for confortável, é lá mesmo que eles se acomodam. Usam de seus atrativos para seduzir quem os cuide fielmente, mas não é por malícia - como algumas pessoas fazem - é apenas por dependencia. E quando você se deparar com um gatinho andando por aí, não vá tentar se aproximar e muito menos acariciá-lo, na certa eles vão fugir. Fugir do perigo que estranhos representam a eles. Da pra ver que não é somente as pessoas que tem medo de conversar com alheios, pode ser um assaltante ou coisa pior.
Dentre latidos e patas almofadadas, eu fico com a segunda opção. Sutis, macios, misteriosos, sensitivos, atrativos e silenciosos. Gatos e Gatas de várias raças, cores e tamanhos.

domingo, 11 de abril de 2010

Antipatia

Surge de um olhar mal dado, de uma palavra mal falada, de um encontro mal arranjado. De uma frase mal interpretada, de um rosto não reconhecido, um sorriso não retribuído.
É desfeita pela convivência, pela troca de ideias, pelas coisas em comum, por algo que ambos dão valor. Ou não.
Nos socializamos sempre por conveniência, nunca por prazer, nunca por tentativa de aproximação. Só damos espaço ao que nos é de grande utilidade, o resto, se deixa levar.


/F.S pediu dedicatória.