sábado, 27 de fevereiro de 2010

E por mais que eles digam

que entenderam, não, eles nunca entendem. Eu sei.

Comparação


Por preguiça, distração ou até mesmo falta de vontade eu sempre demoro a dormir. Fico enrrolando,procurando alguma coisa interessante na Tv mesmo que eu saiba que não tem, passeando o mouse pelo monitor e apertando f5 no desktop, ouvindo uma música que não ouço há tempos, lendo cartas que recebi, olhando o reflexo das coisas na parede e no guarda roupas, fechando os olhos para imaginar detalhes que não existem. Não quero perder um detalhe do meu dia, não quero deixar minhas horas passarem sem que tenha ganhado algo com isso.

Mas em praticamente todos os dias sou obrigada a deixar tudo que poderia fazer a mais para o dia seguinte. Dormir é dificil pra mim, é raro eu pegar no sono de primeira e quando pego, não quero mais acordar.

Em um dia qualquer, numa hora qualquer, parando o que gostaria de continuar, se já não fosse tarde, fui tomar um banho quente. Dizem que é sempre bom para quem tem uma certa insônia às vezes. Antes de ligar o chuveiro, me virei para pegar meu amarrador, ja havia lavado meu cabelo no dia anterior, não havia necessidade de faze-lo novamente. Me deparei com uma aranha pendurada próxima à pia. Era pequena, tinha as pernas não tão longas e estas estavam quase unidas viradas para cima. Eu me afastei em um passo e, peguei o amarrador com o maior cuidado possível para não encostar nela. Percebi que, quando puxei meu braço, ela se balançou. Passei a mão por meu braço e o lavei ligando o chuveiro, tinha encostado em sua teia "invisível".

Ela se movimentava como se procurasse uma posição melhor e mais cômoda. Fiquei ali, deixando a água cair e me ensaboando automaticamente observando a tal aranha. Se ela formasse uma teia maior e chegasse próxima a mim ficaria com mais nojo ainda. Meu corpo se arrepiava de tanta repulsa ao passo que suas patas se moviam aleatoriamente.

Senti medo naquele momento e, logo depois, angústia. Talvez eu fosse assim, como uma aranha, como um desses aracnídeos repugnantes. Elas tecem suas próprias teias, tomando o cuidado para que ninguém as veja e que, se vejam, sintam nojo e não se aproximem. Têm a prepotência e a audácia de se jogar a elas ficando de costas para o piso, guinchadas no ar, agarradas a fios transparentes e frágeis, como ambições e sonhos que são fáceis de se desmanchar, mas que sobrevivem se são conservados. Elas são autonomas e mães. Mães de filhos estranhos de oito patas, de oito alicerces, oito chances de manterem-se erguidos. Não gostam do chão, gostam do escuro, de paredes, cantinhos, esconderijos, dobradiças de portas, buracos nas janelas... Mas nunca do chão. E por mais nojo que estava sentindo naquele momento, não encontrei coragem dentro de mim para acabar com a pouca vida que ela tinha.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A little bit myself

Eu vejo imprudências sendo feitas e não me movo quanto a isso. Vejo erros sendo cometidos e não tento concertar. Sinto o medo passar e cruzar a esquina e não me afasto. Abraço o travesseiro para dormir mas não durmo. Planejo o futuro, vivo o hoje, sonho com as lembranças do ontem. Lembro de quando era criança, voltaria à infância para (re)viver melhor. Os detalhes são importantes. Presto atenção no que a maioria das pessoas não observam. Observo pessoas que não prestam atenção em suas atitudes. Sigo regras pensando em quebrá-las. Faço o que posso, o que não devo também. O que não presta sempre me atrai. O que não tenho, corro atrás. Trago dúvidas comigo. Duvido que haja limites. Limito minha mente a querer pensar em apenas uma só pessoa. O que está longe é o que me fascina. Faço suposições demais, esqueço-as com facilidade.
Um sorriso sincero muda o meu dia e uma lágrima roubada acaba com o mesmo. Me espelho naqueles que considero mais fortes que qualquer tempestade. Fico cara a cara com o espelho e espero encontrar alguém confiável lá dentro. Me dou a mão na multidão, solidão em um mar de gente que não sabe quem eu sou.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Saudade, já não sei se é a palavra certa



"And sometimes you close your eyes and see the place where you used to live when you were young.." - The killers

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



"It's times like these you learn to live again.
It's times like these you give and give again.
It's times like these you learn to love again.
It's times like these, time and time again..." - Foo Fighters

Fraqueza

Deitei em minha cama, mas deitar não despertou minha vontade de dormir. Então coloquei meus fones de ouvido e ali fiquei. Nem mesmo meus olhos quiseram se fechar e ficaram vagando pelo escuro do meu quarto, pelo nada.
Coisas, imagens, vozes, momentos. Tudo passou por minha cabeça enquanto a música se misturava ao barulho da chuva que caía tranquilamente lá fora.
Isso me fez entorpecer. Não a chuva, mas as visões de meu subconsciente. O futuro sempre foi algo que me amedrontou e,imaginá-lo involuntariamente - o futuro distânte - não foi nada agradável. Tentei me conter, fechar os olhos ou simplesmente respirar. Mas não consegui e chorei. Pelo simples fato de chorar.
Minha vontade era de que chovesse cada vez mais, assim não precisaria ir à escola. Um motivo fútil, mas era um motivo. Então poderia dormir até mais tarde e tentar ter um sonho bom, que afastasse o realismo pessimista de mim. Um sonho onde eu aparecesse ao lado da minha pequena, provando de seu gosto e gravando seu perfume em meu corpo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Broken Things

Eu precisava estar ali, naquele momento. Sentia cada pingo de chuva se rastejar por minha roupa, e alguns deslizarem em meu cabelo, e aos poucos isso se intensificava. Minhas pernas estarrecidas mal se prendiam ao chão. Fechei os olhos enquando um suspiro longo encheu meu pulmão que esvaziou com a mesma baixa velocidade. Algo em mim quebrou. Algo se chocava dentro de mim.
Eu não queria estar ali, se pudesse corria como um Porsche pra perto dela. Telefonemas não atendia, mensagens não respondia, nada me prendia a ela naquele momento a não ser meu pensamento. Eu tentava procurar algum poder sub humano que me fizesse seguir cada passo dela. Mas como de costume, nada encontrei. Minha mente involuntariamente tentava desenhar algumas suposoções, mas nada que me deixasse melhor.
Enxuguei meus olhos que já não sabia se estavam molhados pela chuva ou por minhas lágrimas. O que isso importava? Observei minhas mãos enxarcadas, cada linha traçada por elas, desejei que a mão dela pousasse naquele momento sobre a minha. Ouvi passos espalhando água por algumas poças no chão agredido com o tempo. Não era quem eu queria que fosse, mas era alguém. Alguém que podia me abraçar, que podia me dizer palavras que me fizessem bem. Era alguém que queria cuidar de mim. Talvez eu quisesse deixar, talvez fosse bom ter alguém perto de mim que me acolhesse como ela poderia estar acolhendo agora.
Eu não queria estar ali mas precisava, porque o calor umido do meu corpo fazia bem àquela pessoa, mesmo esse bem não sendo totalmente recíproco. Eu estava dando uma pontinha do sabor do que era o amor para alguém. Isso devia valer para alguma coisa.
Meu frio estava se esgotando graças ao corpo de uma pessoa que gostava de mim, mas nada seria tão bom quanto o calor dela, nada supera, mesmo sem eu nunca ter provado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Writer




"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida." (Clarice Lispector)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Inevitável

Quando não se tem a pessoa amada por perto, o ciúmes começa a se tornar mais forte durante o tempo. A inveja de quem pode toca-la, de quem pode olha-la nos olhos e faze-la sorrir, essa inveja toma um pedaço dentro da gente fazendo um tornado de sentimentos passar por cada pensamento ruim que se pode ter.
Eu tento ao máximo esconder minha agonia pra não deixar que isso afete a ela. Eu peço à Deus que me traga coisas positivas para pensar, para confiar em mim e no amor que continua a crescer cada dia mais. Eu espero que ela faça o mesmo.
Mas o que me apavora são os amigos, as influências que eu sei que existem e que eu não conheço. Quando penso que não posso protege-la do perigo, do errado, meu coração se fecha e pressiona meu peito, minha voz fica emaranhada e a respiração.. É como se existisse algo a bloqueando, que me fizesse chorar. Preciso dela. Só isso. Preciso senti-la e saber que está bem, que não há ninguém colocando palavras em sua boca, bocas em sua boca, ideias em sua cabeça. Tenho ciumes e fim. Não escondo de ninguém, não me envergonho disso, mas disfarço com frequencia. E estouro tudo com facilidade.
I'm just a jealous girl, swallowing the pain.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma salva* de palmas


Ah que saudades eu sinto. No começo era tudo tão desconhecido... O novo traz medo, traz dúvidas. Mas os dias foram se passando e eles se encarregaram de deixar nossa convivência a mais harmoniosa possível. Descobri em cada pessoa uma história diferente com personagens diferentes e gostos diferentes dos meus. Conhece-los me fortaleceu, e tenho certeza que foi recíproco. Hoje sei que temos que dar lugar as possibilidades, as coisas, lugares e pessoas que ainda não temos grande conhecimento. Todos os momentos estão gravados na minha memória e eu espero recordá-los pelo resto de minha vida. Cada risada me tornou mais feliz, cada nova matéria me aguçou a vontade de aprender cada vez mais, os professores, as conversas, os passeios, as fotos, as músicas, as festinhas, TUDO me incentivou a seguir em frente e eu vou ser eternamente grata à vocês, à todos vocês. Foi a melhor turma, o melhor ano e assim vai ser, ninguém tomará o lugar do 2ºA de 2009, a sala mais foda do ginásio. But everything, everything ends.
A minha escola não tem personagem, a minha escola tem gente de verdade. s2

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Conhecimento a mais nunca é demais

Talvez tenha sido o dinheiro, o atrativo. E foi.
Talvez eu tenha me acostumado com a rotina, com o cansaço, com as mudanças e as diferenças.
Posso ter me equivocado uma, duas, três ou mais vezes. E pensado que meu modo de agir estava certo, e não o que me ensinaram. Algumas vezes aderi tecnicas que me ensinaram e não as que eu pensei estarem certas.
Me equilibrei, balancei as extremidades, firmei meus pés e prossegui. O trapézio me parecia um bom desafio, mas me impediram de fingir estar voando.
Senti algo dentro de mim naquele momento que queria explodir, queria se mostrar. Era algo como se eu estivesse perdendo um pedaço da minha história, deixando esse pedaço pendurado logo atrás de mim. E estava. Estendi-o pregado no meu varal de histórias infantis.
Deixei que aquele sentimento se esvaísse sem medo de que me olhassem espantados. Me acalmei, analisei e percebi que as coisas sempre mudam, mas os dedos ficam. E aqueles pequenos anéis que se foram vão ser guardados e lapidados ao longo dos anos. Vou olha-los sobre cuidados de uma outra pessoa e lembrar de como se encaixavam perfeitamente em minhas mãos.
Talvez seja a hora de dar um passo curto e esperar que meus pés se acomodem com o degral estreito. E então vou olhar para o degral abaixo de mim e abrir um sorriso - nem grande, nem pequeno - mas sincero. Porque eu tenho certeza que valeu muito à pena. Valeu mesmo.
Children don't stop dancing! Believe, you can fly away.